Sobre o delineamento de variáveis nas pesquisas experimentais


Evelyn Christine Amorim[1]

Marcia Regina Chizini Chemin[2]

Karine Costa Lima Pereira[3]

Resumo

Em virtude de que as pesquisas não teriam sentido se ignorassem o caldo de cultura onde são realizadas, pois que afinal é para esse mesmo público que serão destinados os resultados de uma pesquisa, a perspectiva intercultural se impõe. Num mesmo espaço reduzido é possível encontrar uma tremenda diversidade de participantes sob os pontos de vista econômico-social, sociodemográfico, de gênero, profissional, educacional, acadêmico, adesão religiosa, etc. Tais participantes podem dar respostas generalistas a uma pergunta de pesquisa de modo bem díspar do que respondem a uma sequência de perguntas correlatas a esta, que se bem formuladas podem representar estratégias de estratégias para buscar o mais apurado rigor científico. De modo que planejar uma pesquisa é primordial. Para aprofundar essa temática o Grupo de Estudos de Psicologia Cognitiva da Religião que está abrigado no Projeto “Developing the Cognitive Psychology of Religious in Brasil” sob a responsabilidade de pesquisadores/as da Indiana University, da Pontifícia Universidade Católica do Paraná, e da Universidade de São Paulo, e contando com o fomento da John Templeton Foundation, proporcionaram o evento aberto ao público com a Profa. Dra. Kimberly Rios, da Ohio University. Sua explanação abordou os delineamentos necessários para as pesquisas experimentais, especialmente sobre como manipular variáveis independentes nas pesquisas do campo da Psicologia da Religião. A escolha adequada de uma variável, a atenção às variáveis correlatas, o cuidado em considerar os contextos étnico-culturais, estigmas e preconceitos, as condições estruturais, se mostra perspicaz e eficiente. Em se tratando de pesquisas científicas que pretendem tratar da religiosidade e/ou a religião, há possibilidade de que a crença na ciência tenha relevante contraste com as crenças divinas, por antecipação. Tendo isso em mente, estratégias para manipular as variáveis devem estar disponíveis no arcabouço dos/as pesquisadores/as. Ou seja, aquelas situações que poderiam interferir e dificultar a pesquisa podem ser utilizadas, manipuladas, de modo a ser uma opção estratégica para deixar emergir dados relevantes para a pesquisa. Destacou a palestrante de modo bastante veemente que no experimento como um todo é condição sine qua non optar por apenas uma mesma variável, e trabalhar com esta à exaustão; outro ponto é buscar minimizar a quantidade de elementos confundidores, principalmente quando se está alterando as variáveis; e ainda se houver questões de falseabilidade envolvidas, a credibilidade ao fazer a pergunta não pode ser duvidosa, e cabe o cuidado ponto de vista ético. Considera-se que as pesquisa no campo da Psicologia Cognitiva da Religião podem se valer dos cuidados expostos no workshop e de modo bastante evidente.

[1] Psicóloga. Mestrado (em andamento) em Bioética pelo Programa de Pós-Graduação em Bioética (PPGB) da Pontifícia Iniversidade Católica do Paraná (PUCPR). E-mail: amorim_evelyn@hotmail.com

[2] Doutora em Teologia (ético-social). Mestre em Bioética. E-mail: maychizini@yahoo.com.br

[3] Psicóloga. Mestre em Psicologia Clínica. Doutorado (em andamento) em Teologia PPGTeologia-PUCPR. Email:kpereira.psicologia@gmail.com