Pesquisas experimentais e a Psicologia Cognitiva da Religião


Marcia Regina Chizini Chemin[1]

Evelyn Christine Amorim [2]

Karine Costa Lima Pereira[3]

Resumo

No universo das pesquisas acadêmicas a busca é sempre por padrões e formas de assegurar o rigor científico, de tal modo que propicie ao máximo a possibilidade de replicação e obtenção de resultados de forma mais similar possível, o que asseguraria seu valor. Para traçar o caminho desde a pergunta, aquilo que move as/os pesquisadoras/es, até a confirmação de uma hipótese ou não, é necessário um método, uma rota, um passo a passo bem definido. Tendo a pergunta elaborada se chega ao método. Nesse ponto ao pensar sobre as pesquisas no âmbito da Psicologia Cognitiva da Religião convém explorar e se aproximar de métodos que vêm sendo eficazes. Ao discorrer sobre os métodos experimentais e suas peculiaridades o estudioso Daryl Van Tongeren, reforça que esta abordagem pode ajudar a encontrar os mecanismos responsáveis pela cognição, pela emoção e pelos comportamentos. Considera que os métodos experimentais fornecem um padrão-ouro para estabelecer causalidade, podem ser ajustados para identificar uma variável causal, e ainda impõem cuidado, pois exige que se tenha o máximo de precisão e que pesquisadores/as sejam ponderados. Pode-se usar um método “priming”, aquele que visa preparar e ativar esquemas cognitivos, isso acontece porque certos pensamentos se provocados à mente são disparadores de correlações, emoções e de comportamentos; estas variáveis podem ser manipuladas. Há vantagens (estabelecer a causalidade; a precisão) e desvantagens (a subjetividade da significação; e a relevância do contexto); as desvantagens prejudicam a replicação da pesquisa, pois há perda de confiabilidade. Nem sempre as mesmas premissas, portanto, levarão aos mesmos resultados. Como minimizar tais complicações? Se apropriar das bases teóricas; ter criatividade para manipular e ativar determinados recursos presentes nos esquemas mentais; entender sobre as crenças que cada pessoa pode ter; recordar sempre que a variabilidade de respostas tende a ser grande; reconhecer a relevância de cada contexto, ter explicações alternativas para os resultados (para chegar às condições neutras, escapando da parcialidade que ronda o âmbito da pesquisa); a avaliação estatística, que pode prevenir problemas com tamanho da amostra para viabilizar a pesquisa; e tentar observar se os resultados poderão ser replicados constantemente. Considera-se, portanto, que essa disposição metodológica está plenamente afeita às pesquisas no campo da Psicologia Cognitiva da Religião.

[1] Doutora em Teologia (ético-social). Mestre em Bioética. E-mail: maychizini@yahoo.com.br

[2] Psicóloga. Mestrado (em andamento) em Bioética pelo Programa de Pós-Graduação em Bioética (PPGB) da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR). E-mail: amorim_evelyn@hotmail.com

[3] Psicóloga. Mestre em Psicologia Clínica. Doutorado (em andamento) em Teologia PPGTeologia-PUCPR. E-mail:kpereira.psicologia@gmail.com