Desvendando a cognição: primeiros passos


Marcia Regina Chizini Chemin[1]

Evelyn Christine Amorim [2]

Karine Costa Lima Pereira[3]

Resumo

Sendo que pelo menos desde a metade do século passado, técnica e Ciência foram integradas o que resultou em tecnociência, em tecnologias, e também em cibernética, os impactos sobre a vida são imensuráveis. A busca por entender como funciona a mente humana ganhou novos contornos, pois se é possível construir máquinas “pensantes” é possível descobrir como acontece na mente humana. Neste intuito o Grupo de Estudos Psicologia Cognitiva da Religião se detém no capítulo 3, “Segunda etapa. Los símbolos: la hipótesis cognitivista”, da obra “Conocer”, de Varela (1998). O texto traz o modo de entender a questão por vieses distintos a partir da leitura de Varela sobre o que pensam Herbet Simon, Noam Chomski e Marvin Minski. Como as pessoas tomam decisões é a questão de Simon; como se expressam, com que linguagem é o que move Chomski, já Minsky pergunta: é possível transferir a capacidade humana de resolver problemas para os robôs? Ou seja, afinal o que torna as pessoas capazes de resolver problemas é algo que se descoberto poderá ser transferido para uma máquina; essa hipótese alimenta o mundo da Inteligência Artificial. Varela foca na dinâmica sintaxe-semântica para ressaltar a importância da organização e do sentido que as palavras representam. E desta observação segue afirmando que a cognição poderia ser entendida como a computação das representações simbólicas, que ocorreria a nível físico, neurobiológico e semântico (representacional). Ora se cognição corresponde a um processamento de informações através da manipulação regrada de símbolos, então qualquer dispositivo que possa representar e manipular elementos físicos discretos (símbolos) já será capaz de imitar o trabalho da mente humana, uma questão a se pensar é quanto a questão da relação forma com seus significados. Outra é quanto à intencionalidade, afinal não se pode reduzir ao nível semântico. Como considerações, ao final do debate em Grupo, resta um problema: como correlacionar a atribuição de estados intencionais ou representacionais (como crenças, desejos e intenções) com as mudanças físicas que o/a agente sofre quando atua? Tema que pede novas reflexões, aprofundamento e prosseguimento no estudo da obra de Varela.

[1] Doutora em Teologia (ético-social). Mestre em Bioética. E-mail: maychizini@yahoo.com.br

[2] Psicóloga. Mestrado (em andamento) em Bioética pelo Programa de Pós-Graduação em Bioética (PPGB) da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR). E-mail: amorim_evelyn@hotmail.com

[3] Psicóloga. Mestre em Psicologia Clínica. Doutorado (em andamento) em Teologia pelo PPGTeologia-PUCPR. E-mail: kpereira.psicologia@gmail.com